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"Uma das queixas recorrentes entre os designers é que o ensino, a crítica e a história do design dedicam demasiado tempo ao “design feito para designers”, aos grandes nomes que não fazem trabalho para o “mundo real”, para “clientes reais”, etc. Em alternativa, dever-se-ia promover o trabalho comum: embalagens de detergente e não cartazes de teatro; folhetos de supermercado e não genéricos de filmes.
Um dos argumentos para esta inversão de prioridades seria o facto de ser mais difícil trabalhar para um “cliente real” do que para um cliente da cultura, supostamente mais esclarecido e mais aberto a um design mais experimental.
Até seria um bom argumento se não fosse mais difícil e arriscado trabalhar para a cultura e para o estado do que para clientes com menos visibilidade, onde o trabalho do designer pode ser anónimo, em especial se correr mal. Por cada João Faria, Martino & Jaña, Barbara Says ou R2, há dúzias de designers que trabalham para clientes culturais e que simplesmente não dão conta do recado. Até podem ganhar bateladas de dinheiro com isso, mas se a coisa dá para o torto, estão a receber o salário em troca da sua credibilidade entre os seus colegas.
Para além disso, a cultura é uma área onde os clientes têm quase sempre opiniões fortes sobre a comunicação visual, o que até pode tornar as coisas mais fáceis, mas em geral só torna a discussão mais difícil. É também uma área com dificuldades orçamentais recorrentes onde o design é sempre das primeiras coisas a serem cortadas – e se um designer é bom, deveria ser mais caro, mas então já não há dinheiro para lhe pagar e se calhar contrata-se outro.
Assume-se erradamente que fazer “design para designers” é uma aposta sempre ganha, mas trabalhar numa área com tanta visibilidade é, na verdade, mais difícil e competitivo."
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