quinta-feira, 18 de julho de 2013
British Culture: Chatsworth House
Chatsworth House has been chosen as the location for an exhibition of works by the Scottish artist and sculptor William Turnbull, who died last year. Andrew considers Turnbull's large outdoor work and his legacy as a major figure in post-war British art.
http://youtu.be/kKQo0FsWRYQ via http://www.andrewgrahamdixon.com/broadcast
sexta-feira, 5 de julho de 2013
Entrevista Manuel Castro Caldas
Escrever sobre arte
Dar Coisas aos Nomes Autoria: Manuel Castro Caldas Selecção e prefácio de Philip Cabau e Maria João Branco Assírio & Alvim Uma antologia de ensaios completa-se com uma entrevista de Manuel Castro Caldas: uma oportunidade para conhecer um dos actores fulcrais do meio artístico português «Artista, professor, comissário, director do Ar.Co, curador da colecção da Fundação Luso-Americana para o Desenvolvimento, Manuel Castro Caldas é figura conhecida no meio artístico português. E, como sempre acontece em meios profissionais, pouco consensual. O que nem todos sabem é que detém também uma cultura aprofundada e um dom da escrita sobre arte que é raro, e do qual este livro testemunha. "Dar Coisas aos Nomes" é uma recolha de 32 prefácios e outros artigos, todos redigidos por Castro Caldas durante os últimos 20 anos, que se completa com uma entrevista feita por Philip Cabau e Maria João Branco. A selecção dos textos é também da responsabilidade dos dois entrevistadores, que souberam destacar autores que sabemos serem caros a Castro Caldas: Ana Jotta, Rui Chafes, Croft, Rui Sanches, Jorge Queiroz, por exemplo. Muitos daqueles sobre quem escreve foram ou são colegas no ensino. E esta característica, sempre fruto do acaso e sedimentada pela convivência e pela amizade, estará na origem de textos que se debruçam sobre disciplinas ou condições que se afastam da divisão clássica entre artes maiores ou menores (ou, se quisermos, entre belas-artes e artes decorativas). Estão neste caso os textos sobre as jóias de Teresa Seabra (também docente no Ar.Co; e sabe-se a importância e a qualidade que o curso de Joalharia adquiriu nesta escola); e a belíssima reflexão sobre o amador, a propósito da pintura de Manuel Costa Cabral. Na realidade, há duas maneiras de ler este livro. Uma, a mais prática, consiste em tomá-lo como instrumento de trabalho: há aqui textos fundamentais sobre a obra dos artistas considerados, sempre apoiados por leituras exigentes e certeiras. Destes, destaco dois, bem exemplificativos do rigor da análise da obra de arte. Do primeiro, sobre os desenhos de Jorge Martins (do catálogo da exposição antológica na Gulbenkian, em 1988), ressalta a importância do suporte na constituição do desenho: "(...) uma implicação do fundo a partir de uma figura que, ao mesmo tempo, deduz dele a sua natureza" (p. 43), o que tem como consequência a tentativa sistemática de expulsão da organicidade do gesto da forma desenhada. O segundo, a propósito da poesia visual de Ana Hatherly (também a propósito da retrospectiva feita na Gulbenkian, em 92), sobre o estatuto do calígrafo: "O calígrafo teme, não exactamente o palavroso da folha em branco, ou mesmo a excessiva formalização do espaço e das coisas que o habitam e modelam, mas sim a perda de poder da palavra, quando esta se dissocia da imagem" (p. 69) e vice-versa. A segunda forma de considerar o livro, tão importante como a primeira e talvez mais fascinante, é como auto-retrato ou autobiografia. De facto, a entrevista que Philip Cabau e Maria João Branco conduzem ao autor no início do livro é reveladora não só do processo de trabalho que preside à escrita de um prefácio de exposição, como da própria autoformação de Castro Caldas. É notório, ao longo do livro, que o autor articula a reflexão sobre obras plásticas com a atenção extrema à sua forma e à sua construção. O texto sobre arte - e é assim que deve ser - parte da obra, justifica-se com a obra, encontra o seu interlocutor primeiro na plasticidade que é traduzida pelo olhar. E a capacidade de ver, e de escrever sobre o que se vê, está directamente ligada ao saber fazer (Castro Caldas foi, durante anos, artista profissionalizado) e à exigência do ensino de projecto artístico. Neste ensino, o autor destaca, a par da aquisição de procedimentos e técnicas, o seu acompanhamento "por um discurso ilustrativo, problematizante, informativo, questionante" (p. 13). Tudo é do domínio da aventura, muito mais do que das certezas. Por isso, Castro Caldas não vê grandes diferenças entre ensinar, fazer uma colecção ou escrever. Neste sentido também é que se pode compreender a preferência do autor pelo desenho: é uma disciplina que, longe da realidade dada pelos sentidos, trabalha com o racional e o intuitivo, o "invisível", o "possível", o "virtual", o "mental", o "teórico", o "intelectual". No seu cerne, não há muitas diferenças entre o desenho e a leitura de um texto de Deleuze, Barthes ou Foucault, alguns dos autores que o apoiam constantemente. Mas, de todas, a actividade preferida, aquela a que dedicou boa parte da sua vida parece ser o ensino. O livro termina aliás com um inédito onde faz o balanço de 35 anos do Ar.Co. E ao falar dessa escola, que foi e é a única alternativa convincente ao ensino universitário da arte, serve-se da palavra incubadora. Adiante, afirma que "aqueles que ensinam experimentam de perto o que há na educação de clandestino, de acção à distância, de registo de quase-segredo (...)" (p. 200). Entendido desta forma, o ensino pode preocupar-se com a singularidade, coisa quase impossível na época de massificação de diplomas de todos os graus que vivemos. Este é assim um excelente livro. Feito com a qualidade gráfica e técnica habituais na Assírio & Alvim, contou com o apoio da Direcção-Geral do Livro e das Bibliotecas. Não é habitual a edição de ensaios sobre arte em Portugal, e este é também um dos motivos para nos regozijarmos com a sua publicação.»
ver a 2ª Parte no vimeo:
http://vimeo.com/9470307*****http://youtu.be/s5WufhGN4RA*******http://ipsilon.publico.pt/livros/critica.aspx?id=244448******************http://lifestyle.publico.pt/
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